O astronauta está na Terra mais uma vez, e mais
uma vez (em prol do prometido cachê de sete dígitos direcionados à sua conta)
por puro prazer, fazer algumas observações (atrasadíssimas) a respeito de
um filme que só agora está em cartaz no planeta vermelho, e que não está sendo muito
bem recebido pela crítica especializada marciana, algo parecido com o que
ocorreu aí no planeta azul em 2011.
A
DC (Desesperada Concorrência), vendo a arquirrival Marvel estraçalhar-lhe
vorazmente as costelas nas bilheterias cinematográficas de todo o globo,
resolveu contra-atacar, apostando nos personagens de seu multiverso. Até aí, a
Terra toda se perguntava se eles iriam chacoalhar a capa preta e pontiaguda do
morcego mais uma vez, ou tentar ressuscitar a capa vermelha antológica do homem
de aço. A resposta foi: nenhum
dos dois.
Nenhum dos dois?! Vocês só sabem fazer filme dos dois, pô! |
A ideia (ousada para os padrões restritos da DC)
era investir no ícone número 3 da casa:
o Lanterna Verde. Até então, ninguém mais da editora parecia ter chances de
estrelar um filme próprio, se não fosse um dos dois “finnest”, ou coadjuvante
dos finnest em um filme da Liga da
Justiça. A chance foi dada, e os prometidos vindouros dias mais claros...
Foram engolidos, todos de uma vez, pela noite mais densa. O filme, apesar de
ser da DC, parecia “marvelizado”, mostrando a afobação da referida editora em copiar a rival, a fim de
copiar também seus lucros e repercussão, vide o excesso de piadinhas, tiradas,
assim como os easter eggs referentes
ao multiverso, e a já clichê cena
pós-créditos. Só para comprovar o desespero de copiar a Marvel, os produtores do filme fizeram questão de dizer que este seria o Homem de Ferro da DC.
A Diamond Comics com certeza poderia ter trabalhado Hal Jordan no mesmo
estilo que Nolan fez com Bruce Wayne. Não necessariamente com pseudo-realismo e
atmosfera sombria, mas com trama mais elaborada, explorando mais a mente do
super-herói, seus medos, conflitos e ambições. E deixado o timing cômico para a
Marvel, pois assim teríamos duas grandes referências à perfeita simbiose HQ-Cinema, cada uma à sua maneira, e
não, uma bem sucedida com a maioria de seus personagens, e outra que só
consegue emplacar com os Two Finnest.
Tentei desbancar os Two Finnest, mas tá difícil, DC! |
SEM MAIS DELONGAS
OS FATOS:
-O
filme mostra considerável fidelidade às HQs, preservando elementos tais como a
origem do Lanterna protagonista, os personagens coadjuvantes, os lugares apresentados
(Ferris Aeronáutica e Coast City por exemplo), a parada do
anel amarelo, o medo afetando o desempenho do anel e os vilões. Em suma, AO
MENOS, NÃO SE ESQUIVARAM TOTALMENTE DO CONTEXTO TRADICIONAL DO GLADIADOR VERDE
(EXCETO CAGAREM COM O
PARALLAX).
-A
trama do filme abusa das piadinhas, apesar de que elas até que funcionam em sua
maioria, mas descaracterizam um pouco Hal Jordan, deixando-o com um ar mais palhaço. Em suma, OU COLOCARAM
HUMOR AÍ PARA FACILITAR A ATUAÇÃO DO REYNOLDS, OU QUISERAM COPIAR O ESTILO MARVEL DE DESCONTRAIR SEUS HERÓIS
PERANTE O PÚBLICO.
-Durante
a cena do voo-teste dos raptors na
base de aviação da Ferris, o codinome
de piloto da Carol (Blake Lively surpreendentemente segura em seu papel), é Safira (“Oooooh!”), e o seu capacete apresenta um desenho na lateral que se não é, se
assemelha muito com a
insígnia da clássica vilã Safira-Estrela (nome de drag queen em performance,
que nem Shayera Hol). Em suma, A DC
ANDOU SORRATEIRAMENTE COPIANDO A ESTRATÉGIA DA MARVEL DE FAZER EASTER EGGS.
-Na
cena pós-créditos, Sinestro (Mark Strong ótimo, mas isso não é surpresa) enfia
o dedo no anel amarelo forjado do medo, e assume seu visual clássico de
supervilão, dando a entender que será ele o nêmesis
da continuação que não mais será realizada. Em suma, A DC COPIOU
DESCARADAMENTE A ESTRATÉGIA DA MARVEL DE LIGAR SEUS FILMES OU SEQUÊNCIAS POR
CENAS PÓS-CRÉDITOS. MESMO SABENDO QUE ESTE FILME NÃO TERÁ SEQUÊNCIA NENHUMA.
-Ryan
Reynolds (por incrível que pareça), saiu-se bem como Hal Jordan, embora tenha
mais perfil para vestir uma roupa vermelha com um raio no peito. Ele mostrou
segurança em alguns momentos à frente do papel, como nas cenas de ação e nas tradicionais
piadinhas, embora nas cenas de romance com sua patroa, tenha soado muito
forçado.
-Os
efeitos especiais, desde os construtos até Oa (fantástica), passando pelos
uniformes da Tropa, os guardiões e o design corporal dos membros alienígenas da
referida. A ideia de fazer um CGI do
uniforme do super-herói foi legal, e deveria ser mantida para futuros filmes
(sim, o Astronauta crê que haverá outros, mesmo que reboots!), embora custe uma quantidade assombrosa de doletas marcianas.
-Hector
Hammond, talvez o único
personagem devidamente bem trabalhado no filme, com sua cabeça fraca e sofrida
devido ao desprezo do pai, da garota que ama, e inchada (literalmente!) por
poderes telecinéticos e telepáticos, após cutucar a ferida fatal do Abin Sur. É
o clássico tipo de vilão que a gente sente dó e entende sua vilania. Pena que
foi sacrificado na parte final do filme, para dar espaço ao “fumação do mal”.
Aprende a fazer filmes, DC!! PORRA!!! |
-Ô
roteiro apressado! A trama corre tanto, mais tanto, tanto, tanto (Arf! Arf!)
que perde o fôlego rapidamente, e o filme fica muito resumidinho e infantilizado.
Hal Jordan aprende a lidar com o anel muito rapidamente, sendo que poderiam
focar mais a sua dificuldade em amadurecer sua mente, dominar o medo e
consolidar seus construtos, assim como o ritmo de seu treinamento em Oa. Os
outros lanternas, como Kilowog (R.I.P
Michael Clarke Duncan) e Tomar Re,
também poderiam ser mais trabalhados, e não ficarem como coadjuvantes (pau
mandados) do Sinestro.
-Mandar
Parallax logo de cara, fala sério!
Isto é um vilão para ser gasto num último filme de trilogia (grande demais até
para um 2°). Custava terem feito uma trilogia Hector Hammond-Sinestro-Parallax,
custava?! Hein?! Custava?! Sem contar, que graças à pressa do roteiro, o monstrengo ficou extremamente raso,
superficial, e foi rebaixado a um mísero “fumação do mal”. Quem lê quadrinhos
do Lanterna sabe que o vilão é MUITO
mais que aquilo e exige mais esmero
ao ser trabalhado.
Mais parece um fóssil peixe do período triássico. |
-Martin Campbell, o diretor, que afirmou logo após o fiasco do filme,
que nunca acreditou no potencial do personagem de fato, e que só aceitou
dirigir porque surgiriam muitos milhões de moedinhas em sua conta bancária,
caso o fizesse. Lamentável saber que o planeta Terra (e Marte também)
ainda conta com posturas antiprofissionais como esta.
Toma essa, Campbell, seu filho duma rapariga korugariana!!! |
Nível
|
Desempenho
|
Comentário
|
5
|
Excelente
|
Vale
cada centavo do ingresso!
|
4
|
Ótimo
|
Acima da
média, matou a pau!
|
3
|
Bom
|
Descompromissado,
mas é diversão garantida!
|
2
|
Regular
|
Frustrante,
era de se esperar mais!
|
1
|
Ruim
|
Por
favor, poupe seu dinheiro!
|
Astronauta, desligo *thzzz*
Nenhum comentário:
Postar um comentário